Palavras Políticas

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segunda-feira, dezembro 20

NATAL (Texto partilhado com Palavras Ilustradas)


NATAL


Eu nasci no continente africano onde o calor tropical nos aquecia o corpo e mantinha numa alegria de viver constante, e aos cinco anos fui convidado a refugiar-me em Portugal, onde em oposição ao calor descobri o frio .

Este mesmo frio que agora sentimos, pois foi à precisamente 30 anos que aqui cheguei (20 de Dezembro de 1974).

Desse dia recordo que conheci dois miúdos o Paulo e o Rui Silva, recordo igualmente de ver a minha avó materna a fazer "filhós",e ainda me lembro de ter perguntado onde ficava o mar (a restinga ficara longe e meus olhos ...)

É verdade que eu era uma criança, e que poucas memórias tenho desse tempo (talvez apagadas pelo sofrimento na época), é verdade também que no frio daquele inverno e todos os que o sucederam até de novo ter partido à procurado calor tropical em outro meridiano, descobri prazeres que desconhecia, mas é sobretudo verdade que foi na alternância das estações que cresci e aprendi que em qualquer circunstância podemos encontrar felicidade, basta para talestar atento, manter o espírito aberto à mudança ao mundo e às pessoas.

Naqueles primeiros Natais passados à luz de um candeeiro, porque ainda não chegara à aldeia a energia eléctrica, a "telefonia" era o epicentro das reuniões familiares, em que se podia ouvir o arfar de cada um (tal era o silêncio) para escutar um qualquer folhetim que passava na rádio, enquanto a lenha queimava apressadamente e nos aquecia. Lá fora o frio cortava e a escuridão instalava-se para mais tarde se apoderar do imaginário das crianças, alimentadas pelas histórias dos mais velhos.

Na noite de Natal a refeição fazia parte de um ritual com mais de 2 séculos , e lá por volta da meia-noite eramos convidados a ir buscar os sapatos engraxados e deixá-los junto à chaminé.

Na manhã seguinte ainda lembro a felicidade que experimentava ao encontrar um presente, e não se passou uma manhã de 25 de Dezembro, sem que lá existisse sinal da presença do PAI NATAL, esse PAI NATAL em que até hoje acredito e pelo qual ainda procuro pautar o meu comportamento ao longo de todo o ano, permitindo-me nesta época fazê-lo de forma especial .

Hoje comemoro 30 anos que cheguei a Portugal,mas sobretudo comemoro a conquista de mais um dia em que me sinto feliz por ter oportunidade de partilhar ! (...)

A Restinga fica
aqui e a aldeia "escondida" aqui .

2 Comments:

  • At 12:15 da manhã, Blogger Unromance said…

    Eu também vim de um país com um clima tropical e também me lembro de um dos primeiros natais que aqui passei. é realmente frio este nosso Portugal. Lembro-me de um dos primeiros natais que aquí passei e fiquei a saber da inexistência do Pai Natal. Afinal eram os pais que davam as prendas.. Lá na Venezuela o Natal é muito mais afectivo, muito mais terno. Tenho melhores recordações dos Natais de lá. Também a situaçao nessa altura cá em portugal não era das melhores por isso compreende-se.

    Gostei do teu post (para não variar.. :))
    Ainda bem que optas-te por não falar sobre politica..

     
  • At 11:06 da tarde, Blogger Monalisa said…

    Agora passo por aqui para deixar um beijo especial e um até ao ano.

     

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