FUGA

O cigarro foi durante muitos anos um companheiro muito fiel e solidário, nunca me abandonou.
Sempre fomos amigos, e como amigos vivemos momentos de alegria e ressaca juntos, passámos quase duas décadas de quase absoluta fidelidade, não fora um período de três anos em que optei por viver sem ele, por crer que seria benéfico para a minha saúde.
Voltámos a reatar e a relação perdurou mais 8 anos, com muitas zangas, constantes infidelidades (talvez mútuas), muitas dúvidas, pouco prazer e principalmente uma relação alimentada por uma atroz dependência emocional.
Estou novamente em fuga, à cerca de 6 semanas.
Desta vez optei por tomar ansiolíticos nas 2 primeiras semanas e iniciar a prática de exercício físico com alteração de hábitos profissionais, pessoais e alimentares.

Resultado: Estou em fuga e sobrevivo com mais e melhor alegria, mais e melhor qualidade.

Revisitando o passado

A pretexto do Festival de Gastronomia de Santarém, voltei a visitar a EPC.

Desta vez acompanhado, pelas minhas mais fieis companheiras !

Depois de percorrer demoradamente o Gótico e o Manuelino da cidade e ter trespassado as Portas Do Sol, decidi-me a voltar a cruzar a porta de armas e revisitar um passado que me marcou e transformou .

Estava um dia cinzento e ameaçava chover, quando entrámos pelo corredor principal da Escola Prática de Cavalaria, fomos acolhidos pelo Cabo de dia (já não fazem porta de armas), demonstrou vontade em permitir a visita mas foi reclamando das dificuldades da escassez de pessoal, mas logo surgiu um soldado (contratado) que nos acompanhou na nossa visita .

Pisámos a parada Chaimite e recordei as paradas e desfiles prolongados, enquanto ecoavam na minha lembrança os sons do clarinete . Continuámos a nossa caminhada passando pelo picadeiro, onde pude recordar alguns momentos de dor (pelas quedas alcançadas) e dalí partimos às cavalariças, o sentimento forte de ser (não ter sido) um soldado da Cavalaria é alí que se afirma em todo o seu explendor , é alí que nos sentimos em casa (eu sinto).

Passámos depois pela Exposição de Carros de Combate de Reconhecimento (de resto a minha especialidade), uma exposição em memória de Salgueiro Maia, que merece uma especial atenção porque estes carros de combate não irão sobreviver muito tempo caso não sejam criadas condições ideiais de amnutenção e conservação . Dos carros de combate "do meu tempo" encontrei a velhinha Ferret .

Voltámos a subir e desta feita para terminar a viagem no Esquadrão de Instrução, onde cumpri a recruta , o CSM e posteriormente onde desempenheia s funções de adjunto do Comandante do esquadrão e adjunto do Comandante de Grupo e ainda na parte final do cumprimento do Serviço Militar coadjuvei na formação de um pelotão de COM.

Por aqui me quedo em mais comentários em relação à visita, memórias futuras ...

Da feira de gastronomia...só saboreando mais !!! Lamentável que o acesso em dias de chuva seja tão penoso, e que no Domingo com tanta gente se tenha tornado tão penoso circular...